quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pontinho preto muda planos


Tínhamos um bom apartamento bem localizado, com boa ventilação e ensolarado, ao lado do Bourbon. Fizemos uma, duas cansativas reformas que sacrificaram alguns dias de nossas férias e nossa paciência. Mas estava ficando como queríamos. O próximo passo seria transformar nosso segundo quarto em home office integrado com quarto de hóspedes. A idéia dos móveis já estava praticamente decidida.
Final de março de 2009, a Pri foi passar uma semana em São Paulo para fazer um curso pelo banco em que trabalha. Segunda-feira, dia da viagem, se queixava de uma sensação estranha e um certo “inchaço” na barriga. No dia seguinte o incômodo persistia. Como fiz um feijão com muita cebola no domingo, pensava ser esse o motivo.
Sexta-feira. Na volta da viagem, recebo-a no aeroporto com um copo de gin-tônica que ela nega um gole. Perguntei se havia bebido algo no vôo. Nada. Hum.......estranho. Bom, vai ver estava cansada.
Já em casa, desembrulhando pacotes de presentes trazidos da viagem, me olha nos olhos e solta: “Mi! Preciso te dizer uma coisa”. Buenas.......entre esta frase e a tal “coisa” se passaram uns 5 segundos. Tempo para eu tentar encontrar na mente qual seria o motivo para um possível momento DR. Nada. Aí veio: “Acho que estou grávida!!!”.
Raras vezes falamos em filhos. E quando falávamos não era nada de muito extenso. Até tínhamos pensado em ter em 2 anos. Algo assim. Nada muito planejado. Além disso, a gravidez não dependia apenas da vontade. Era necessário um tratamento que foi iniciado naquele mesmo mês e que levaria cerca de meio ano. Até eu tive que fazer um exame para saber se........enfim. Outra hora conto esta história.
Diante desta declaração quase afirmativa, demorou um tempo para eu expressar alguma palavra. Um hiato se formou em meu cérebro. Apelei pra comédia num momento Homer Simpson batendo com a mão na cabeça e dizendo: “vamos cérebro, pensa, pensa, fala alguma coisa!! “
Mas era fato. Um exame de farmácia que ela havia feito durante a viagem comprovava o “acho” dela. Aquele inchaço que a incomodava não eram gases, e sim, um sinal de que a média familiar estava prestes a aumentar. Ela realmente tinha outro por dentro. Só não me contou por telefone por dois motivos: primeiro, queria ver minha reação diante da declaração e, segundo, era primeiro de abril.
Enfim, aquele plano de reformar o segundo quarto foi concretizado, mas, trocando a idéia inicial para o quarto do bebê. Sim, no singular: BEBÊ! Certo dia fomos fazer a ecografia para vermos a quantidade. Isso mesmo. Muitos já sabem que um tratamento para engravidar tem esta peculiaridade. Quando apareceu a imagem de um pontinho preto no monitor me adiantei ao médico. “Doutor, é um só, né?”. “Sim”, confirmou ele. Não que não fosse bom ter logo dois. Mas pra quem mal estava se acostumando com o fato de ser pai, um já estava de bom tamanho. Em 9 meses teríamos mais um inquilino morando conosco. O nome dele: Arthur!

Por Michel.

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